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"Lobisomem" Desmascarado No Cordeiro

Muito se pode aprender ao realizar uma minuciosa pesquisa nos arquivos digitais da Biblioteca Nacional. Notícias, crônicas e até matérias especiais de periódicos como o Diario de Pernambuco e os já extintos Diário da Manhã e Jornal do Recife também trazem curiosos casos de mistérios ocorridos na capital pernambucana e no interior do Estado, principalmente, tal como percebemos ao longo das pesquisas, durante a década de 1930.


Manchete do Diário de Pernambuco
Manchete do Diário de Pernambuco


Em janeiro de 1935, por exemplo, o Diário de Pernambuco noticiou uma intrigante história, sob a manchete “DESENCANTADO O PHANTASMA DO CORDEIRO”, falando, conforme diz o título, sobre a descoberta de um falso fantasma, ou lobisomem, que aterrorizava a população residente do bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. De acordo com a matéria, os boatos dos ataques da tal assombração ocorriam “com certa insistência” e “de uns dias para cá”.



O caso surpreendente não é conhecido no cenário de histórias populares ou bizarras que ocorreram no Recife. Um verdadeiro lamento, já que o desfecho desse fato apresenta uma reviravolta digna de cinema.


Reportagem do Diário de Pernambuco
Reportagem do Diário de Pernambuco


Entenda o caso


Na noite de uma quinta-feira, 17 de janeiro de 1935, por volta das 23h, o suposto lobisomem do bairro do Cordeiro começou a perambular pela localidade, para causar medo na população, chamando a atenção de um popular conhecido como Luiz do Banho.


O morador resolveu ficar de tocaia para surpreender a suposta criatura, mas logo desistiu de enfrentar o lobisomem sozinho e foi atrás da cavalaria no bairro vizinho, do Prado. As autoridades, então, partiram para uma caçada ao “monstro” que fugiu, dando início a uma perseguição.


A escuridão facilitou a fuga da tal criatura, que correu até a Rua Amália (Na matéria, está escrito “Amélia”, porém o logradouro com este nome fica no bairro das Graças e o caso ocorreu no Cordeiro. Acreditamos que o jornalista tenha cometido um erro ao redigir o texto) onde adentrou na residência de número 172, pertencente ao verdureiro José Luiz, com quem morava com a esposa, Maria Alexandrina. A patrulha da cavalaria cercou a casa, exigindo que abrissem a porta.



Porém, quando a ordem da polícia foi finalmente obedecida, surge o verdureiro, armado com um pedaço de madeira nas mãos, e parte para cima das autoridades, ferindo um dos soldados na cabeça, que logo reagiu contra o agressor. A cavalaria, então, adentrou na casa para realizar buscas, até finalmente encontrar o suposto lobisomem responsável por todo aquele caos: a irmã solteira do verdureiro.


Reviravolta


A mulher, chamada Minervina, estava trajando calça culote e sapatos grandes, o que poderia ter contribuído na aparência sombria de uma criatura da noite.


Minervina, que residia com seu irmão desde a festa de Natal de 1934, estava se passando por lobisomem no bairro do Cordeiro para, supostamente, ter encontros amorosos proibidos. Não foi esclarecido o real motivo para a jovem, de 23 anos, fingir ser a criatura e, ainda por cima, amedrontar moradores da região.


A confusão gerada pela Lobisomem Minervina naquela fatídica noite de janeiro resultou em duas pessoas feridas: o policial atacado pelo verdureiro José Luiz e o próprio dono da casa onde aconteceu o ataque, que levou golpes de espada do oficial. O caso gerou grande escândalo e curiosidade por parte dos vizinhos, que se amontoaram na residência de número 172 para ver a “lobisomem” desmascarada.


Só mesmo no Recife para a ocorrência de um fato que desmente uma lenda urbana ser mais incrível que a tal história fantástica.



Contado por Lucas Rigau

 
 
 

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